Já desconfiava que o Lula era bom de bola. Pelas fotos, dava para perceber que o presidente bate legal na criança. Com estilo, corpo bem posicionado, como tem de ser. Manha certamente forjada nas peladas do passado, em São Bernardo do Campo. Calcule a quantidade de chargeadas em uma partida de torneiros mecânicos? Só sendo liso para sobreviver.
"Pega essa, goleirão!"
O que era uma impressão, virou certeza depois do encontro do Barba com o Ronaldo, ontem.
Confiram a peça audiovisual.
Agora, vamos aos fatos.
Evidência 1 Jogar bola de terno é tão ou mais difícil do que cagar nesses trajes.
Evidência 2 Controlinho de cabeça não é para rébas.
Evidência 3 Controlar a pelota no cocuruto, atrás de uma bancada, pressionado por cadeiras e diante da expectativa de dezenas de fotógrafos e cinegrafistas, só os craques são capazes.
obs: esse post não tem nenhuma conotação política.
Sei que tem uma rapaziada numerosa que não curte o Aloísio, posição justificada por um argumento violento: como pode servir um centro-avante que raramente marca gols?
Relaxa, moçada...
De fato, dificilmente ele vai para a rede. No entanto, são poucos os atacantes no futebol mundial capazes de organizar um perereco como o Aloísio. Chulapa na área, bola alçada, só dá zagueiro se estabacando, furada, nêgo chorando, peruca voando, o caos.
"Calma, sei o que tô fazendo
A partir daí, lembrando o ensinamento do Paulo "Larica Total" Oliveira, o "erro é o pai do acerto". São tantas as confusões provocadas pelo camisa 11 que, volta e meia, alguém vai lá e guarda.
Baita trunfo para qualquer equipe - excelente para a Segunda Divisão, aliás - graças ao corpanzil da fera, resistente a todo tipo de abalroagem e fundamental para o cabeceio, mais a grossura de seu futebol. Sim, porque marcar caneludo é tão difícil quanto anular um gênio. Ambos são absolutamente imprevisíveis com a gorducha nos pés.
Quando quem manja vem de mano, você fica na miúda, ligado pois o cara é capaz de tudo. De repente, um milésimo de vacilação e a bola se foi pelo vão...
Já quando o réba aponta (caso do Aloísio), você nem esquenta. Afinal, ele não é capaz de nada. Eis que o cabôco ousa um elástico, a bola bate no calcanhar dele, a tosquêira assusta, bate-rebate, já era...
Deu para sacar o motivo de o Aloísio provocar desespero nos adversários? Se ainda não, comprovem no vídeo abaixo, um belo apanhado de trombadas terminadas em gols do atacante.
A comemoração do gol diz muito sobre o jogador. Quando o cara guarda o nenêzinho na rede revela a sua verdadeira face. Mostra que é generoso, marrento etc. E reparem, quem é craque, curte. Quem não é, vacila, e põe tudo a perder.
Um exemplo óbvio: Pelé. O negrão era tão nervoso que inventou a sua própria forma de comemorar. Partia correndo em velocidade moderada, carregando toda aquela pujança africana, saltava só o suficiente e socava o ar. Com um detalhe importantíssimo, que faz toda a diferença e corrobora a minha "tese": invariavelmente, o Edson sorria lindamente, arreganhando a dentição perfeita.
Curtição
Agora, vejam só. Esses dias, no Linha de Passe (ESPN Brasil), o Fernando Calazans observou muito bem: sempre que marca, o Diego Souza comemora com raiva. O palmeirense sai de cara amarrada, cuspindo marimbondo, jebeando, filha-da-puta da cara.
Eu sei que comparar o Pelé com o Diego é um tanto agressivo, mas o objetivo era deixar bem clara a diferença entre a celebração do craque e a do jogador comum.
Nessa mesma onda, deixei de considerar craque o russo Arshavin, do Arsenal. O que ele fez num dos tentos que anotou contra o Liverpool (foram três no empate em 4 a 4, ontem), quem conhece não faz: na cara da torcida adversária, fez o gestinho "pedindo silêncio". Quanta deselegância.
Tremenda maleducação
Pô, branquelo! Eu sei que no calor da disputa, com a galera xingando, partida pegada, rola mesmo a vontade de apavorar geral. Até explica o destempero, mas não justifica. O "diferenciado" (termo palha) não guarda rancor. Não desperdiça o momento máximo do esporte, e do atleta, dando "respostinha".
Duvido que o pai do Edinho tenha um dia vacilado dessa maneira. E olha que ele comemorou pra cacete (talvez por isso tenha adotado o soco... "Porra, Coutinho, não sei mais o que inventar, a partir de agora vai ser sempre igual e foda-se, hehehe").
Bagre também faz gol Comemoração de craque é tema para degustação de 117 engradados de Wimi (malbec, cabernet, de todas as safras). Mas, passemos para outro tipo de celebração também interessante. Dos gênios, só se espera a alegria de quem domina a dificílima arte do futebol. Já da turma que judia a redonda, sabe Deus...
De vez em quando rolam uns esquemas fantásticos... quem viu a comemoração do Wanderley, atacante do Cruzeiro, na vitória sobre o Ituiutaba? Primeiro, não existe craque com nome terminado em "ey". E depois, só réba comemora como se fosse a última vez (até porque, vai que é).
Pelota no fundo da meta, o Wanderley pulou as placas de publicidade, lançou a camisa pra cima, deu soco no ar, levantou os braços, um autêntico pout-porri. Destrambelhamento que craque não tem. Apreciem no video do UOL Esporte...